quarta-feira, 2 de março de 2011

parte de mim ficou na praia. estático.
com os pensamentos daquele dia estático.
nada intemperizado.
outra parte de mim, foi soprado com fumaça.
tudo evaporado.
eu não sei quem fim terei que enfretar
e não me avisaram quando tudo começou.
se quando nasci,
se num dia de sol em alguma dessas manhãs
desembocadas aos longos dos anos
o quê resta é aceitação.

caminhar um caminho só
caminhar um caminho meu
sob minha sombra
deus
ter fé
é arte

me parte o coração
sem razão
nem bebo
nem fumo
mais

mais
sempre mais
até explodir
de tanto querer
insistir
e morrer

não me acho


morri quando não a beijei
morro todo dia
morro de alegria
morro de agônia

eu não sei

marx, che, raul, bob
eu não sou
eu nem vôo


naquela dança que nós sabemos
eu e você
vendo o céu
ao léu do teu vestido

eu me acho


forço o adeus
forço o riso
e sigo

SIM

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

(como num efeito borboleta)

atrito de olhares
seivas e teias
e solas
solas de sapato
desgasto

o átomo
a foto
síntetizando
ando

pela terra
complexa
que vomita
magmas
eu passo

repasso
vendo tudo
vendo nada
perce/bo
vejo

(em nós)

alimente

várias fontes de uma mesma água
são vários rios desembocando e o destino é um

se vê diante do espelho?
os caminhos que se abrem, traçam, firmam e evaporam
é assim como numa dança cósmica, na ascendência do magma numa dança da terra. fases, etapas, motivos vários, caminhos vários.
fomos decretados a perdição.
é o sentido
a dúvida é certeza
o acaso beleza
alimente-se
de sonhos e medo
e siga

(com amor)

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

a lo hecho, pecho

nuevo sopro en:
http://euzumbi.blogspot.com/

terça-feira, 22 de junho de 2010

#Relatos Póstumos I

Busco o nada. Nadezas profundas, de sentimento, corpo e alma. Se bem que não sei se sentimento e alma são coisas apolares. Penso que não.

Penso pouco sonho muito.

Me Busco.
A face que muda e me assusta cada dia no espelho ainda tem os mesmos olhos do tempo que fora sedimentado.

Busco a loucura. Breve, longa. Bebo e queimo cânhamos que conectam-me aos deuses que invento.

Eu faço meu caminho me faço e me desfaço. Gosto de olhar nos olhos das gatinhas que pra é sacar seus calores secretos e elas sabem disso... sabem do jogo e disfarçam, já que o flertante é carente de beleza, fotogênia, alma e dinheiro.

Eu faço e busco coisas mesmo sem saber.
Começo e termino antes do tempo por querer.

Busco:

Avulsa
Intensa
Louca
Vida
Vê?



Para Eloisa e para você.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

e morrera ali
despido com alma
com goles de nada

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

alterado pelas intempéries do tempo
que mal sinto correr das minhas mãos
me apego pelos porquês, oh porquês
existentes, persistentes da vida, oh vida.

ela perguntou: 'pra que diabos se apegar a isso?'
atordoado, nada disse. se escolhi me perder em mim
como me encontrar nas indagações de raul seixas, da bíblia, dos jornais
e nas indagações que invento perverso?

talvez o sonhar bastasse numa noite sem estrelas
talvez o romance bastasse numa tarde sem o balançar da rede
se a cuca não pára, não pára
abrasão de pensamentos, bola de neve.

por vezes queria não acordar.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Descompasso

#
taí, escrevi uma música, vou fazer o arranjo com meu amigo de estrada Saramago, que também tem blog [pulsantepensamento.blogspot.com], primeira música com letra da nossa banda vagabunda, a Assassinato na Discoteca. espero que gostem. um 2010 feliz e bonito!
#

e eu vou como te disse
assim, calado
eu vou com os mesmos olhos
daquele tempo

avesso aos amores
prefiro as cores
que vou ver no meu andar

enquanto houver o tempo
eu canto e sambo
enquanto houver o vento
eu sopro folhas e aroma

descompassado, assim
te mantenho em mim
até o sol raiar

era triste, fui alegre
amor, não demore a chegar

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

espelho

então é com essa cara que me olhas, bicho?
despido e sem amigos com os olhos desolados de tudo
vê tudo sob influências das nuvens turvas
que pairam sua mente
e me encara, me encara
como me desejasse

a sincrônia que cumpres, amigo, deixa marca
e já começaste a caminhar pelo mundo
descompassado, desentendido, embriagado
que justifica tanta coisa que não vê

tantos amores deixaste ir embora
tão em vão quanto teu furo na orelha
aquele velho medo de velejar
pouco resta dentro de ti
ou resta pouco, quase nada.

começas a sentir o peso da estrada
ela é longa, o querer é combustível
despiu a morena
mergulhou menino
ressurgiu homem.

indaga-se tanto
culpa-se tanto
até o astro do seu signo é réu

corremos na velocidade da luz
sem saber de einsten
fazemos o mal e desconhecemos o diabo
rezamos mas quem é Deus?

se na tua ciência és homem planetário
atenta-se à vida, mesmo sem tua garota
que tanto espera e deseja
dance e beije outras
belas mas sem clamôr
que te chama.

estamos perdidos
traçamos o caminho
e amigo, sigas comigo.

domingo, 8 de novembro de 2009

sinto o peso do silêncio como noutro dia entre nossos lábios.
os pensamentos voam, se entrelaçam em encontro ao nada e se desfazem.

acendo o cigarro pra esfumaçar meus becos internos com suas vidas de alta complexidade sem me preocupar com as consequências.

arrombamento espiritual. demasiadamente descrente da nossa gente, oh gente! o Rio de Janeiro não continua lindo há tempos. não há nada pra mudar tudo.

eles estão surdos.

o mundo é o umbigo de cada um. a noite, avessa à mim, se encontra fantástica lá fora com bilhões de estrelas com suas idades fantasmóricas.

o sonho acabou, a realidade é o que nos resta. meu pessimismo me surpreende já que em outrora comia flores e via pássaros.

onde está lennon, zappata, gandhi, marley, buda?
será que o darwinismo explica?

não há flores, praias nem beleza
só tristeza e fumaça.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

inverso avesso

eu não sei um monte de coisas que gostaria saber. fui ao meu encontro despido das minhas influências e encontrei a porta de morrison.

eu sei que o fogo bombardeado pelo sol não é vão, nem o abrir da rosa. tudo tem porquês, tudo tem o ciclo, que caminha eternamente, infinito. Deus é tudo, não é retrato nem pecado.

hoje acordei no meio do dia, injuriado comigo que tanta coisa deixa, esquece, debocha.
quero todas as coisas bonitas pra brindar com cerveja.

quero buscar o que tanto quis e jamais esquecer da promessa que fiz pra mim.
eu estou perdido, morena.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

mosca

a mosca que personifico
rói entranhas podres
de passado recente
ao som sinfônico que
minuciosamente imagino.

o gosto me vem o mesmo
gelando meus poros internos.
temo ser essa minha cadeia
tracejada pelo meu deus.

cuspir entranhas embranquecidas
de face uniforme é meu desejo
mas o amor nem sempre
é expulso quando se quer.

domingo, 4 de outubro de 2009

poema da mulher de agosto

quis fazer de nós um só,
fazer de ti meu oceano

desaguar meu desejo, desfazer meus enganos.
tu, sempre foi meu deus e
manti-me devota às tuas oferendas.

retribuiu-me assim quieto e frio
e perdi meu chão.

se me atirei em teus braços não foi em vão
sã me manti muitas vezes pra cuidar de ti,

espelho dos meus filhos
água que sonhava me afogar.

quanto descaso ao encanto que busquei!
suas mulheres têm a mesma glória?

logo agora me abandonaste
na idade fria de agosto quente e
com um rio de mágoas.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

meus olhos sempre disse
NÃO
a saudade.

vaidade deles,
hoje sei.

que preferem ficar

assim

ao nada

no horizonte

que invento

ou da chapada.

sábado, 5 de setembro de 2009

Deus

Deus é só um dia feliz.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Era pra ser soneto

te esperarei entre aquelas árvores velhas
onde escrevemos nossos nomes entre flechas
que fizeram sombras a tantas de nossas conversas
e apaziguaram a ira do sol
pesando nossas cabeças, tirando nossas certezas
nos fazendo sonhar sonhar além Cuiabá.

te encontrarei são
desarmado de mágoas
de passado do afago
mas de fogo não.

eu voltarei depois da hora perdida que você fugir
da cachaça, da ponta à me implodir
da música triste que há de tocar no bar desolado
perdido em meio de tragos
você vai predominar minha mente
vai me fazer demente até chegar a hora de chorar.

segurarei de súbito as lágrimas
me acostumarei solo e vago
e novamente armado e refeito direi:
aventuras juradas em teu nome passadas.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

procuro rimas
- em vão.
vãos de minha mente desatenta
que vê tudo
que vê nada

e me

e
te vê.

talvez deveria parar por aqui
em algo vão, quase são
há que se querer mais (?)

sexta-feira, 17 de julho de 2009

ao acaso

incerto busco certezas.
motivos pra seguir ninguém dá
só se vê
(vive!)

espero muita coisa.
talvez devia levantar
buscar
fazer acontecer...
mas, sabe?
enxergar só é difuso,
quase preciso - quase.

busco o além.
de mim, do mundo e do amor.
sim, do amor.
coisa essa maldita,
que vivo a tanto sonhar.

oco.

as noites me passam sem porquês.
(queria ter um telescópio)
quero escrever um samba,
mas pra quêm?

há sentidos
certezas
motivos
quando há amor.
fim de papo.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

no escuro
e no silêncio
tudo é
infinito.
é de tarde e os pássaros não cantam -
se é que existem pássaros ainda -
faço sonetos intermináveis para nínguem
e o cigarro que trago me tráz sempre o pensamento vago, lúcido e fantástico.
todos meus amores cicatrizaram. meus amigos partiram.
não vejo navios no cais.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

tudo pra estar daqui uns tempos de mochila nas costas e o fumo entre os dedos,
velejando nesse mundo órfão de tudo.
essa é a promessa que fiz pra mim.
dios habe lo cúanto deseo.

domingo, 24 de maio de 2009

o lado de que cá da vida é triste demais.
e a tristeza não vai, não vai...

terça-feira, 19 de maio de 2009

bilhões de ano-luz de mim mesmo
a dor, aqui no meio da América do Sul,
já tanto faz se dói
(se é que dói)

sábado, 18 de abril de 2009

sigo assim:
bêbado
perdido
mal amado
amargo
iludido
até quando vc resolver desembarcar, maldita.

sábado, 28 de março de 2009

sabe, a cidade é confusa demais.
e vive em convulsões.
tudo é muito louco. muito.

domingo, 22 de março de 2009

eu ia ali, cruzando aquelas esquinas
que muitas vezes percorri quando muleque.
a medida que meus passos iam chegando ao destino
os ares que meus pulmões engoliam novamente
a energia aquele lugar me trazia
me trouxe a mente uma porrada de lembranças.
lembranças que pensei estarem mortas a muito muito tempo.
pensei em voltar.
agora, horas depois de cumprido meu destino do dia
percebi que o tempo
o tempo é uma grande dança
como todas as coisas dessa coisa chamada vida
e os passos, a pegada, a ginga e o ritmo nunca é constante.
mas tem o giro, manja?

sexta-feira, 20 de março de 2009

eu só sei o que eu não quero.
[acho que isso já foi dito por alguém. quem?]

folk n°1

perverso no meu verso
de tudo faço canto
sem destino eu vou indo
tragando os meus planos.

ei garota, chegue mais
eu me sinto tão sozinho
te prometo beijos loucos
pra você amarrar comigo.

o papa excomungou
a polícia te prendeu
é tanta coisa que acontece
de que vale a lei de deus?

quero uma casa no mato
longe da civilização
quero plantar o que como
comer paçoca de pilão!
(...)

quinta-feira, 12 de março de 2009

Momento

confuso.
penso demais, todo tempo.
virginiano calculista.
nova era, amigos novos e o horizonte se mostra novo pra mim.
deixo estar.
estrelas na imensidão noturna parecem querer dizer algo
talves profético,
talves passado.
engoli o peso das palavras mais doces e sinceras a serem ditas no momento certo.
daí me tornei incerto
com o amor
que temo definitivamente
que nao é pra mim.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

e sim,
depois do carnaval meu ano vai começar a correr.
rumo minha espada aos ventos!
para realizar meus sonhos de velho hippie.
é tempo de plantio e as sementes que serão plantadas por mim nesse meu mundo geológico vai ter amor como adubo.
claro, pra não cair na rotina muita putaria também,
sem nunca deixar de velejar.