terça-feira, 8 de dezembro de 2009

espelho

então é com essa cara que me olhas, bicho?
despido e sem amigos com os olhos desolados de tudo
vê tudo sob influências das nuvens turvas
que pairam sua mente
e me encara, me encara
como me desejasse

a sincrônia que cumpres, amigo, deixa marca
e já começaste a caminhar pelo mundo
descompassado, desentendido, embriagado
que justifica tanta coisa que não vê

tantos amores deixaste ir embora
tão em vão quanto teu furo na orelha
aquele velho medo de velejar
pouco resta dentro de ti
ou resta pouco, quase nada.

começas a sentir o peso da estrada
ela é longa, o querer é combustível
despiu a morena
mergulhou menino
ressurgiu homem.

indaga-se tanto
culpa-se tanto
até o astro do seu signo é réu

corremos na velocidade da luz
sem saber de einsten
fazemos o mal e desconhecemos o diabo
rezamos mas quem é Deus?

se na tua ciência és homem planetário
atenta-se à vida, mesmo sem tua garota
que tanto espera e deseja
dance e beije outras
belas mas sem clamôr
que te chama.

estamos perdidos
traçamos o caminho
e amigo, sigas comigo.

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